sexta-feira, 27 de abril de 2012

Gran Sabana - Hasta la Continuidad

Para quem achou que ela tinha chegado ao fim, a Coluna Popis voltou, e o retorno dela vem graças as digitadas de Manoel Vilas Boas que contará aos leitores do Canoa Pop como foi a I Edição do Gran Sabana Rock.

Confira:






A La orden? É como sentimos que o povo venezuelano morador de Santa Elena de Uairén, cidade fronteira com o Brasil, está se sentindo com as ações realizadas pelo o FDE/Canoa nas terras venecas em 2012. Foram anos de tentativas brandas de invadir o país vizinho e justamente no ano do fim do mundo conseguimos.


Pra entender o que aconteceu nesse primeiro Gran Sabana Rock, precisamos voltar a janeiro, produção do Grito Rock 2012 e do interesse (sempre houve esse interesse, sempre houve essa cobrança) de termos pelo menos uma banda venezuelana tocando no Grito de Roraima. Durante uma reunião de produção com a equipe do Grito Rock, eu lembro de ter feito contato com um venezuelano (Carlos) sobre a possibilidade de uns skatistas participassem do Grito. O tal Carlos me disse que tinha uma banda e que gostaria; prontamente convidei a banda. Nesse caso, se fosse ruim, já seria bom, mas, pra surpresa, a gravação que ele me enviou (No me Importa) era bem razoável.


Após alguns acertos, combinamos a participação da Acertijo (hoje Ac3rtijo) no Grito Rock Pacaraima, além de algumas reuniões pra aprofundarmos a parceria. Dia do Grito chega e descubro que a banda com quatro integrantes tinha vindo ao Brasil só com dois. Isso mesmo só os dois guitarristas estavam em Pacaraima. Os outros estavam bem longe. O compositor e vocalista Israel, me disse que tinha passado um mês aprendendo a tocar bateria pra se apresentarem no Brasil. Mesmo assustado com o que poderia ouvir e ver, paguei pra ver. 


Banda Acertijo no Grito Rock Pacaraima 2012
O show foi esforçado, percebe-se que a banda, que levava uma espécie de new grunge, ou algo do gênero, tem potencial, tem músicas boas, mas que só com dois, seria difícil ir longe. O baixista da banda Reclive, de Boa Vista, começa a “quebrar o galho” e a solucionar um problema diplomático entre os dois países. Vieram reuniões presencias e onlines com os dois Ac3rtijos, Carlos e Israel, veio a noite fora do eixo em Boa Vista, o Grito Rock Bonfim (fronteira com a Guiana) e enfim a vontade de realizar um evento em terras de Hugo Chaves. Seria o Grito Rock Santa Elena, mas o tempo era curto e não poderíamos fazer feio.


A banda 'Venezuelana' Ac3rtijo  apresentou  oficialmente, no I Gran Sabana Rock, o brasileiro Will como baixista
Surgiu então o Gran Sabana Rock, evento que tentaria levar, além dos shows de bandas de rock dos dois países, uma programação de artes integradas e reuniões com agentes locais e do Brasil, que pudessem levara adiante o sonho. O Sesc-RR embarcou nessa (como sempre, o SESC RR, que tem em seu presidente, Kildo Albuquerque, alguém que acredita nessa parceria entre Brasil e Venezuela) e desde o início da produção, sua equipe de cultura estaria presente. A equipe venezuelana sabia que seria difícil dar todo o suporte que precisaríamos, mas tudo foi sendo solucionado. 


O dia 21 chega


O evento foi realizado em praça pública, nas instalações do Parque Ferial, e quando o povo brasileiro formado pelo Canoa Cultural, equipe de cultura do Sesc-RR e seu presidente e as bandas Mr Jungle e Reclive chegam a cidade fronteiriça no final da manhã e o local estava sendo todo  lavado, pintado, decorado para a programação noturna. A programação vespertina, com uma reunião onde o prefeito de Santa Elena, o presidente do centro cultural ICMA e mais outro representante da Alcadia, tudos eles, furaram, mesmo tendo confirmado presença. Mas o que foi ruim, não iria atrapalhar o evento, inclusive os contatos firmados com quem realmente podemos contar.


Os venezuelanos trabalharam para fazer do Parque Ferial o local da Integração artista e cultural entre Brasil e Venezuela


A programação foi vasta, com clowns, malabaristas, titeiros, artistas solos e as bandas venezuelanas Ac3rtijo e Sr. Harry. Reclive  e Mr Jungle, estavam ansiosas em se apresentar pela primeira vez fora de solo brasileiro. O Canoa deu o suporte necessário, montou sua banquinha e fez ajustes na programação, mas deixando claro que quem comandava eram os venecas, poise eles sabem como funciona e principalmente O QUE funciona. O atraso de duas horas do início da programação, das 18:30 para 20:30 não foi problema, pois o público foi chegando. Cerca de 150 pessoas curtiram as apresentações, compraram produtos na banquinha (cerca de 450 bolívares, ou 90 reais). Vale salientar que é um público cordial, respeitador e que curte mesmo o que está sendo apresentado.  O show do Mr jungle de cerca de uma hora e 15 minutos acabou por volta de uma e meia da manhã e praticamente todo o público ficou e prestigiou.


Nem só de Rock foi composta a programação do evento


Alguns acertijos (charadas) solucionados e muitos contatos


Saimos de Santa Elena e desse primeiro Gran Sabana Rock com algumas certezas, muitos contatos e metas a cumprir em 2012. Os aplausos para a parceria foram muitos e um coletivo venezuelana está surgindo. O melhor, além da música, outras artes, como o teatro (Palco FDE) é muito forte e vem junto. 


Uma rápida conversa com uma representante do Governo do Estado de Bolívar e o SESC Roraima, já abriu portas para eventos que o SESC quer realizar. Bons frutos. Pessoas mais tarimbadas e com influências dentro de Santa Elena e de outras cidades, se comprometeram a participar das próximas edições. O Mr. Jungle foi convidado para participar de um festival na cidade de Upata e já fechou show em Puerto Ordaz.


O Colunista Popis Manoel Vilas Boas junto da bandeira da Venezuela
Uma coluna FDE está programada para a segunda quinzena de julho. Duas outras edições do Gran Sabana foram pré agendadas, em agosto e Novembro. Mas a meta principal é culminar nos Gritos Rock de Santa Elena de Uairén e de Caracas em 2013, pelo menos. 


“La carretera és larga, mas llegaremos juntos i caminaremos siempre adelante’’.


Manoel Rolla Vilas Boas
Canoa cultural/ FDE

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