quarta-feira, 27 de junho de 2012

Juntos Amazônia – como a cultura pode ir além e unir os povos em busca de sustentabilidade e respeito sócio-ambiental

(Texto adaptado do original publicado no Caderno B da Folha de Boa Vista do dia 15.06)

Por Manoel Rolla Vilas Boas, Professor e Gestor Cultural


A I Etapa do Juntos Amazônia aconteceu entre os dias 05 e 08.06
Há pouco mais de 12 nos surgia à banda Mr jungle. Veio de bate papos entre um amigo, Rhayder Abensour e eu, depois, após nossas participações no movimento estudantil na UFRR. A banda continuou e há mais ou menos seis anos, viajando com a banda eu tive contato com um tal de Fora do Eixo e sua plataforma (principalmente) para bandas. Ensaio, gravação, circulação e distribuição “dos artistas”Brasil a fora, com coletivos de pessoas que se baseavam na troca de serviços diversos. Menos de um ano depois surgiu o Canoa Cultural, o coletivo de Roraima que liga o estado ao Circuito Fora do Eixo. 


Mas desde sempre desconfiava que algo maior seria o objetivo do circuito. O Fora do Eixo é mutante, não tem barreiras ou limitações. Dos circuitos de artes integradas, emergiu o objetivo maior, o movimento social Fora do Eixo, assim com o tantos outros Brasil a fora, luta por uma vida melhor, por inclusão, por distribuição de renda justa, liberdade, respeito pela pessoa acima de tudo. 


Agentes Fora do Eixo do Norte e outras regiões estiveram na I Etapa do Juntos Amazônia
Nessa perspectiva surgiu o #JUNTOS, encontro de movimentos pós marcas, que debate e propõe propostas para todas as questões acima e muitas outras. Entre os dias 5 e 8 de Junho aconteceu o Juntos Amazônia, em Porto Velho, Rondônia, com integrantes de vários coletivos e movimentos de várias cidades do interior de Rondônia, do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso, do Amapá, do Pará, de Roraima e até da Venezuela. As reuniões foram nos três turnos, ocorreram na casa Fora do Eixo Rondônia, no SESC-RO e na Comunidade Kanindé, associação Etno Ambiental em defesa da floresta e dos Índios. 


Ficamos hospedados na sede campestre da kanindé, que fica num sítio fora da cidade, lá a programação diurna aconteceu com os representantes envolvidos. Na parte vespertina e noturna, as palestras e debates aconteceram no Tearo do Sesc local, abertas ao público, onde foram debatidos temas como Políticas Públicas para a Cultura, Fórum de economia solidária e bancos comunitários, Rio+20 e sustentabilidade, integração dos coletivos. Contou com a participação de várias participações, entre elas do secretário estadual de cultura de Rondônia, Francisco Leilson, o Chicão e o lider do povo Paiter-Surui, Almir Surui, além da coordenadora da kanindé e representantes da UFRO e da Funai local. Com a Rio+20 acontecendo, tiramos várias proposições que os representantes civís da Amazônia no evento levaram. O representante venezuelano, da brigada de pensamiento y accion KOWAN NOTOK AROTOK pode apresentar como a Venezuela está trabalhando os movimentos sociais.


A Rio+20 esteve na pauta dos debates do Juntos
A programação cultural foi variada durante todo o evento, entre pocket show, exibição de vídeos, feira de produtos (inclusive de Roraima), houve a noite Fora do Eixo com as bandas locais (excelentes) Kali e os Calhordas e Beradelia e da maravilhosa banda paraibana, Cabruêra. 


O Caldeirão etno-cultural esteve cheio, mas ao final do evento, que terá uma outra etapa em Belém, no mês de setembro, deixa uma certeza, que estamos lidando com seres humanos como nós, que tudo são estratégias para sermos felizes e para isso precisamos nos comunicar, mostrar nossas experiências, ouvir, falar, aprender e ensinar, para vivermos num mundo melhor.

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