Entrevista com Vinícius Tocantins sobre o EP 'A vida vem em ciclos'

Você já deve ter lido algumas matérias sobre o novo EP de Vinícius Tocantins feitas pelo Blog Canoa Pop. Boa parte desse material foi baseado em uma entrevista feita com o músico.

Confira agora a entrevista completa com Vinícius e fique de olho no Blog, pois mais novidades sobre o EP serão postadas em breve.

Qual a razão do título: 'A vida vem em ciclos'?


A vida vem em ciclos é conceito que criei para expressar a forma como vejo o mundo. Pra mim tudo na vida está dentro de um ciclo, que podem variar em ciclos pequeno (como um dia) ou ciclos grandes como uma vida ou tempo que uma estrela demora pra morrer. Isso trabalha a motivação e o inclui em um processo muito maior. A vida vem em ciclos é a minha reflexão da vida, uma metáfora do dia a dia.


Em qual sentido o EP pode ser visto como uma continuação do seu
trabalho anterior?


Ele é uma continuação da minha vida no Amajari. Representa o meu momento de carreira solo. Assim como no primeiro compacto, mostra a minha troca da guitarra pelos violões. É um momento mais pessoal, uma busca por influências que representem tudo isso que respiro. De Belém passando por Boa Vista e agora Amajari. Os dois compactos são a minha pessoa em forma de musicas.


Você passou um tempo 'parado' depois do fim da Somero e retornou esse ano (2011) com o EP e em seguida passou o ano todo trabalhando nesse novo trabalho, qual a diferença do Vinícius Tocantins que terminou o trabalho com a banda para esse que lança o segundo trabalho solo? 


Uma coisa ficou muito clara pra mim nesse novo momento de carreira solo. Antes me via como um guitarrista que cantava, agora me vejo como um cantor que toca guitarra (risos). Parece uma comparação besta, mas isso muda todo o sentido. Com a carreira solo tenho novas influências que não caberiam em uma banda de Rock. É um trabalho muito mais pessoal, mas que traz uma carga de responsabilidade triplicada pra mim. Do primeiro compacto para o segundo que será lançado na 1ª semana de 2012 pude trabalhar varias coisas como o processo de gravação e mixagem: No 1º compacto gravei tudo sozinho, mesmo sem dominar todo o processo. Já neste segundo trabalho dividi a produção como um produtor renomado de Roraima (Ben Charles). Isso acrescentou e muito na minha carreira musical. O processo de evolução profissional está sendo super estimulante. O próximo passo é produzir um show de lançamento do EP ao lado de grandes parceiros. Do tempo da banda, sinto falta dos ensaios e dos momentos de cumplicidade dentro do processo profissional da Banda, dos momentos em que viajamos juntos para fora do estado divulgando nosso trabalho. Mas sem mágoas, foi um ciclos que encerrou. Fico feliz em ver os antigos membros da Somero tocando em outras bandas e investindo em seus respectivos sonhos. Desejo sucesso a todos.


O EP anterior foi pautado no trabalho colaborativo e acredito que esse
também, gostaria que você falasse do trabalho com o Ben Charles e demais participações e colaborações neste Compacto.


Esse novo EP teve um olhar bem profissional com a produção do Ben Charles. Ele é um cara que admiro muito e fiquei muito satisfeito com o resultado das músicas. Ele deu muita liberdade pra as minhas opiniões. Já a participação do Manoel e do Rubens foi em cima de uma ideia que tinha para o compacto de trabalhar com corais e refrões, buscando uma melhor aceitação do público. O clima no estúdio La Toca Music foi super descontraido com a presença desses dois. Ainda contei com os parceiros: Estúdio La Toca Music, Estúdio Parixara, Neuber Uchôa, Cristofer Floco, Jon Nelson, Marcos Ramirez, Marcelo Seixas, Fora do Eixo Discos/ Canoa Cultural, Som Independente Records e Som do Norte.

Neste trabalho você trocou os vetores da capa do primeiro EP por fotos. Explique a razão dessa mudança.


Esse ano pensei em trabalhar com cores, pois o EP anterior era todo monocromático. Inicialmente iríamos trabalhar com vetores, mas o amigo Cristofer Floco virou pai na mesma época então resolvi trabalhar com imagens. Daí encontrei na internet fotos do talentoso Fotográfo Marcelo Seixas. Depois de alguns contatos ele gentilmente cedeu algumas fotos para compor à capa e contracapa do meu EP. Trabalhei com filtros de envelhecimento o que deu uma aparência meio 70's à capa remetendo aos antigos lançamentos em vinil. O lavrado é uma imagem que me acompanha todas as semanas na estrada Boa Vista-Amajari. Essa é a minha homenagem a beleza roraimense.

Fale mais especificamente sobre as composições e as impressões sobre elas agora que o trabalho está pronto.


As três músicas tem personalidades diferentes. A primeira é um clássico de Neuber Uchôa, "Nossa Bossa". Quis gravar porque toda vez que canto essa música sinto que faz sentido eu estar morando nesse belo município, as frases: "Bravo seja quem do Amajari / Seja Bravo quem tem Anaua" são como um como um voz de força a todos que moram e nasceram no Amajari. Fiquei muito feliz quando o Neuber autorizou a gravação, ele foi super generoso e junto com o Ben Charles consegui dar uma cara nova, mais funk pra a canção.

Ponto Fixo é uma mistura de Indie com Folk e foi escrita depois de uma insatisfação em um fila de Banco (risos). Já a música Recados é uma declaração de companheirismo, um pop/rock que encerra o compacto. As três música são um apanhado do que quero mostra nesse ano. É um Vinícius com muito mais vontade de voltar aos palcos e fazer a galera se divertir. Espero que as pessoas que comprarem o EP ou fizerem o download na internet gostem do trabalho e divulguem a produção musical local. É sempre difícil dar uma oportunidade para os artistas locais, mas confio no resultado deste trabalho e espero que o público goste.

O que você aprendeu na gravação do outro EP?


No outro EP aprendi a me virar sozinho pra gravar. É o famoso termo do it youself (faça você mesmo). Era um momento em que dividia as funções entre cantar, gravar e mixar. Foi um belo aprendizado.


Neste novo EP aprendi principalmente a produzir melhor minhas músicas. Aprendi a pensar melhor os refrões e como devo impor a voz para cada música. Sempre gosto do clima de estúdio, é lá que a magia da música se constrói e eu sempre fui muito curioso por tudo isso. Junto com o Ben Charles usamos várias técnicas de mixagem de áudio com o uso de compressores e equalizadores digitais. O resultado ficou muito bom.

O EP será lançado, a princípio, virtualmente, como aconteceu com o outro. Fale do que você acha desse tipo de estratégia de distribuição.


O primeiro EP foi gravado de forma caseira, foi lançado somente na internet com a intenção de não perder as distâncias com o público que já acompanhava o meu trabalho. Já esse novo EP vai ser lançado virtualmente dia 05 de Janeiro em parceira com o Portal Som Independente, Canoa Pop e Som do Norte. O Cd físico sairá graças a uma parceria do Selo Som Independente Records que está trabalhando para distribuir fisicamente CDs de artistas no Brasil. Eu serei o primeiro artista do Selo a trabalhar com uma tiragem física. O CD custará um valor simbólico de R$5 (cinco reais) e estará a venda até o fim de Janeiro. Estou pensando em várias estratégias de venda para Boa Vista junto com produtora Tambaqui Música.


A idéia pra 2012 é fomentar a distribuição física de CDs de artistas locais em Boa Vista e ir até onde o público de local está. Tem muita gente em Boa Vista que ainda não conhece as bandas daqui, não sei se por falta de interesse ou falha de divulgação. O Tambaqui Música e o Selo Som Independente vão vir para trabalhar inicialmente essa lacuna. 2012 será um ano de grandes desafios profissionais. Espero que o povo roraimense esteja com vontade de ouvir música (risos).

Fale sobre o que você espera do trabalho, da aceitação do público e da
importância desse trabalho para a cena.


Eu sinceramente estou bem ansioso para saber o que o público vai achar desse trabalho. Alguns convites já surgiram pra tocar e motivação está aumentando a cada dia. Espero que o público goste e replique cada vez mais. Eu fiz com muito carinho pra vocês. Sobre a importância desse trabalho para a cena: Acho que o artista local deve ser seu próprio gestor, produzir sua própria carreira, buscar as parcerias certas e investir nos seus sonhos. O único exemplo que tenho a dar é a minha inquietação e perseverança na minha arte. Pretendo todo ano lançar um trabalho novo. Nós artistas temos que aquecer o mercado local e trazer novas opções para o público.


Já tenho uns convites para tocar em Manaus na Livraria Saraiva no Shopping Manaura dentro do Projeto Riffs Desplugados do jornalista Sandro Nine e espero poder circular esse ano dentro dos Festivais pelo Brasil.

Esse ano foi muito bom para buscar novos olhares musicais. Pude conhecer grandes artistas locais como Sérgio Barros, Neuber Uchoa, Ben Charles, Joemir Guimarẽs dentre outros. Toda essa nova vivência influencia no novo som que componho.


Como você definiria o estilo do músico Vinícius Tocantins, Rock? Pop? MPB? MPRR? Roraimeira Moderna? Alternativo? Quero saber como você define essa nova Vibe?


Nem eu sei definir ao certo. Venho de uma cena rocker junto com o antigo coletivo de Bandas TomaRRock e a Banda Somero. Éramos uma banda Indie e representávamos esse estilo junto com a Banda Sophia Não foi a escola. De lá pra cá mudei de cidade, troquei os amplificadores e guitarras por um violão elétrico, mas sem deixar as raizes rock. Em um formato mais amplo acho que ficaria no conforto da definição Pop/Rock. Mas o termo Roraimeira Moderna Alternativa seria muito bom, heim? (Risos)


Confirme as datas para as próximas ações relacionadas ao ‘A vida vem em ciclos’ depois do lançamento virtual do EP.


Lançamento Físico: Até o fim de Janeiro o CD físico já estará aqui em Roraima e sairá pelo Selo Som Independente Records ao valor de R$5 (cinco reais).


Previsão para show de Lançamento: Março, devido ao período de pré-produção do show. Quem seguir o meu perfil no twitter ou facebook poderá acompanhar todo o processo dos ensaios por fotos e vídeos que serão postados.


Twitter: @vtocantins
Facebook: http://www.facebook.com/154251921340248

Agradecimentos, considerações e o que mais você achar necessário e falar e não coube na entrevista até então. 


Gostaria de agradecer a todos que acompanham a minha carreira e aos parceiros que acreditam neste compacto. Em 2012 estarei de volta aos palcos e gostaria de revê-los. Aos que ficaram curiosos faço o convite para conhecer melhor o meu trabalho através da Internet e das redes sociais. Estou sempre à disposição para trocar uma ideia sobre música com todos que tiverem interessados. Muito Obrigado.


O Sérgio Barros é um grande artista local que também está lançando seu novo CD "Precioso Bem" e estou ajudando na divulgação virtual do trabalho dele. Estamos pensando em fazer alguns shows juntos para divulgar os dois trabalhos. Ele é um dos grandes artistas locais que está começando a divulgar seu trabalho na internet e juntar as gerações é sempre um grande aprendizado para ambas as partes. Estou aprendendo muito com todo esse processo e espero que isso seja visível na volta aos palcos.