quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Como superar a “dor do corte”

Texto originalmente postado no Blog da oficina de Crítica Cinematográfica do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum. Endereço: http://kinoforum.org.br/criticacurta/

 
Por Henrique Gois de Melo
  

Ao ver o curta “O Estranho”, senti uma necessidade tremenda de voltar a uma crítica feita por mim nessa oficina ano passado (leia aqui). No texto, “Fantasia contra a solidão”, havia explanado sobre o excesso de seqüências sem diálogos e ação que não contribuíam muito para a narrativa e davam uma natureza mórbida a certos filmes.

Essa crítica criou uma pequena discussão nos comentários. Renata deixou uma questão muito interessante ao comentar meu texto e o que haviam dito sobre ele: “Há verborragia nas imagens também, ou não lemos imagens?”. Neste texto, concordo com o que disse Renata no ano passado. Lemos imagens, sim, e há verborragia nelas.

“O Estranho” é um filme sem falas, ou melhor, sem diálogos. As imagens a todo tempo nos dizem coisas e a sonorização do filme foi muito bem feita, ajudando na construção de uma obra rápida, que não necessita de palavras faladas para se auto-explicar, e que a todo o momento dá ao espectador informações visuais que facilitam a compreensão da história.

Esse filme me fez pensar na questão da “dor do corte”, que nada mais é do que a frustração de algumas vezes não poder usar imagens captadas nas filmagens, mesmo que sejam muito boas, pois elas não funcionam para que a obra possa contar bem a história a que se propôs. Sinto que essa “dor do corte” atrapalhe um pouco certos filmes, que têm histórias boas, mas pouco dinamismo.

“O Estranho” tem uma construção muito sólida e, mesmo sendo um filme ágil, os elementos estão bem colocados, tanto na questão de carga de sentimentos como na narrativa. A história segue sem que tenhamos que olhar para o lado e perguntar para o companheiro “por que aconteceu isso?”. O grande mérito de “O Estranho” é saber suportar a “dor do corte”.
 
Palavras de Alex Pizano sobre a crítica realizada pelo Blog:

"Otimo que o filme levante esses questionamentos e reflexões por parte do espectador, boa observação do critico quanto a narrativa visual do filme, gostei da analise referente a “dor do corte” que ele cita em relação a determinadas obras e na afirmação "Lemos imagens, sim, e há verborragia nelas...feliz colocação..."


Palavras de Ellen Carmen sobre a crítica realizada pelo Blog:

"Legal receber feedback como esse. Mas legal e ver que as pessoas tem gostado da trilha sonora! Realmente, tenho ficado muito feliz em saber que estou trabalhando no rumo certo, com as pessoas certas e, melhor, ajudando a fincar de vez a bandeira do cinema roraimense!
Abraço a toda a equipe do curta "O Estranho". Que venham outros trabalhos pela frente!"



'O Estranho' no Festival

(o texto a seguir é de Alex Pizano)

O curta-metragem O Estranho (2011) com direção de Alex Pizano está na programação oficial do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, de 25 de agosto a 02 de setembro dentro da mostra DF5 (distribuidora de filmes gerida pelo Clube de Cinema Fora do Eixo), em uma seletíssima de seis filmes de todo o Brasil a serem exibidos no festival, pela sessão Programação Especial do evento (não competitiva),tem a honra de ser exibido junto a programação de curtas do mundo inteiro, otima noticia para o cinema Roraimense que se encontra incluido neste festival concorridíssimo um dos principais desta categoria.

O curta-metragem o Estranho é uma realização do do grupo Oito milimetros com a produtora Camera profilms em parceria com a Apta films e contou com o patrocinio da Faculdade Catedral. O Circuito Fora do Eixo representado localmente pelo canoal cultural, viabilizou em parceria as exibições do filme pela DF5 exclusivamente para o festival.

Link do site com as datas e locais onde o filme será exibido:


SOBRE O FESTIVAL:

Um dos cinco maiores eventos do curta-metragem em todo o mundo, o Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo apresenta uma programação de filmes de todas as partes do mundo. A partir dos filmes inscritos, seleciona os integrantes da Mostra Internacional, Mostra Latino-americana e dos Programas Brasileiros.

Este ano, coloca um foco sobre a produção das mulheres, na mostra Feminino Plural. E em seus programas especiais, apresenta um diálogo entre audiovisual e moda, no Fashion Curtas, além de contribuições de várias partes do mundo, com produções japonesas, chinesas, alemãs, chilenas, cubanas e recortes da Semana da Crítica de Cannes.

Crianças e jovens, fãs do terror e da experimentação também têm lugar cativo, na Mostra Infantojuvenil, Dark Side e kinolounge.

As atividades paralelas ainda trazem debates sobre linguagem e técnica, mercado e política audiovisual, além de workshops como o Crítica Curta, que estimula a produção de críticas cinematográficas.

“O Estranho” está na Mostra DF5 e ainda será exibido no dia 02 de setembro, às 18h, no Centro Cultural São Paulo.

O filme Remanescente das Sombras(2009) do diretor Alex Pizano se encontra disponível para exibição online na integra pela plataforma DF5, distribuidora de filmes gerida pelo Clube de Cinema Fora do Eixo, que tem como foco a difusão do cinema brasileiro em circuitos não comerciais no país, e disponibiliza seu acervo para exibições on-line e download gratuitamente.

Link do site: http://vimeo.com/27510647

Enquanto isso o curta-metragem O Estranho(2011) continua sendo exibido on-line pelo site Tela Digital, onde vc  poderá assistir e votar no filme para viabilizar a exibição do mesmo no canal TV Brasil.

Link do site: http://www.teladigital.org.br/teladigital/index.php?page=videos&section=view&vid_id=21219

Parabéns a todos que participaram deste grande projeto. (Esta última linha fica na conta do Blog Canoa Pop. Parabéns moçada!)

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